MACBETH junho 2018 AC Costa ator

  Nunca vi um dia assim tão feio e tão belo

AC Costa ator
 : Falem, se puderem: quem são vocês?
 Esperem suas tagarelas imperfeitas. Contem-me mais. Pela morte de Finel39, sei que sou o Chefe de Glamis, Porém, de Cawdor? O Chefe de Cawdor ainda vive, É um homem próspero, e tornar-me rei Fica além dos limites da credibilidade, Tanto quanto de ser Cawdor. Digam donde Tiraram esse estranho descortino, ou por que Neste campo devastado interromperam nossa jornada Com essas proféticas saudações? Digam, eu ordeno! Para o ar, e o que pareceu sólido Dissolveu-se, como o suspiro no vento40. Se mais ficassem...
  Para o ar, e o que pareceu sólido Dissolveu-se, como o suspiro no vento40. Se mais ficassem...
AC Costa ator
  Seus filhos serão reis

  E Chefe de Cawdor, também: não foi dito?
  O Chefe de Cawdor está vivo. Por que me vestem Com roupas emprestadas
 E o melhor ainda vem – Agradeço sua deferência43 . – [Para Banquo] Você não espera que seus filhos sejam reis? Pois aquelas que a mim conferiram a chefia de Cawdor, Prometeram não menos a eles.
AC Costa ator
 Duas verdades foram ditas Como prólogos ditosos para o ato em crescendo De tornar-se rei. – [para Ross e Angus] Eu lhes agradeço, cavalheiros. – [À parte] Esse incitamento sobrenatural Não pode ser mau, não pode ser bom44. Se mau, Por que me anunciaria o sucesso, Iniciando por uma verdade? Sou Chefe de Cawdor. Se bom, por que me insurjo contra essa sugestão, Cuja imagem horrenda deixa meus cabelos arrepiados E faz meu firme coração pulsar contra as costelas De modo inabitual? Os temores presentes São menores que a horrível imaginação. Meu pensamento, cujo assassinato já é nem uma fantasia45 , Abala tanto o meu ser que a atividade É sufocada em conjecturas, e nada é, Nem mesmo o que não é46 .
 Se o acaso me fizer rei, há de coroar-me Sem que eu me mova.
 Venha o que vier, Até no pior dos dias o tempo48 segue, dê no que der.
  Peço-lhes perdão. Minha mente obtusa agita-se Com coisas esquecidas. Gentis senhores, sua cortesia Está registrada em uma página, que abrirei Todo dia para lê-la. Vamos ao Rei. [para Banquo] Reflita sobre o ocorrido com calma. Tendo ponderado, falaremos depois De coração aberto.
  O serviço e lealdade que vos devo, Por si mesmos se pagam. Cabe a Vossa Alteza Receber nossos deveres e nossos deveres São para o vosso trono e governo, filhos e servos, Que fazem não mais o que devem ao fazer tudo Conforme vosso amor e honra.
  O resto é trabalho que não lhe cabe54; Serei eu mesmo o arauto e alegrarei Minha esposa com a notícia de sua chegada. Assim, humildemente, permita-me partir.
  O Príncipe de Cumberland: este é um degrau No qual deverei tropeçar ou superar, por bem ou por mal, Já que está em meu caminho. Estrelas escondam seus fogos, Não iluminem os meus íntimos desejos, meus pérfidos jogos,
  Duncan vem aqui hoje à noite. o
  Amanhã, como pretende.
  Falaremos mais depois
AC Costa ator
  Se isso é para ser feito, então bem feito Será se feito o quanto antes. Se este assassinato Puder se enredar em suas conseqüências, então O sucesso sucederá a essa morte. Se esse golpe For o seja-tudo e o finda-tudo67 – aqui Senão aqui, neste remanso à margem do tempo68 , Projetaremos a vida vindoura. Nesses casos, Seremos aqui julgados se deixarmos Lições sangrentas69, que quando ensinadas, retornam
 Que nem praga ao seu inventor. Assim a justiça imparcial Leva a poção do cálice envenenado Aos nossos próprios lábios. Ele está aqui com redobrada70 confiança: Primeiro, sou seu parente e seu vassalo, Ambos fortes motivos contra o ato. Mais, sendo eu o hospedeiro, Aquele que deveria fechar a porta ao assassino, Não poderia empunhar o punhal eu mesmo. Além disso, esse Duncan É contido no usufruto do poder, exerce Suas altas funções com sobriedade, de tal modo que suas virtudes Argüirão como anjos, as trombetas troando71, contra O desmedido pecado de seu assassinato. E a compaixão, como um nenê nu e recém-nascido A saltitar na ventania ou como o querubim celeste montado Sobre os invisíveis mensageiros do ar72 , Poderá soprar o hórrido ato em cada olho, De tal modo que as lágrimas73 afundarão no vento. Não tenho espora Para aferroar os flancos de meu intento, mas só Esta confiante ambição que ao superar-se Cai longe demais, no outro...
 E se falharmos?
 Dá-me só filhos homens, Que a tua têmpera indomável conceba Só machos85. Quem não acreditaria, -
 Estou firme e pronto para agir, Em cada fibra de meu corpo, para executar o terrível ato. Vamos! Com tua gentileza dissimules a ameaça: A face falsa oculta o quê no coração se passa
  Um amigo.
 Estando despreparados para recebê-lo, Nossa vontade mostrou-se incapaz De mostrar a liberalidade que ele merecia.
 Não penso nelas92 . Mas, se tivermos uma hora, Poderemos trocar algumas palavras sobre o assunto, Isso se você dispuser de tempo.
 Se me apoiar, quando o momento vier, Muita honra lhe será acrescida
 Bom repouso, por enquanto.
 Peça à tua Senhora que, quando minha bebida93 estiver pronta,
 Ela toque o sino. Vai deitar-te agora. [Sai criado] É uma adaga que vejo defronte, O cabo virado para mim? Vem, deixa que eu te empunhe! Não consigo tocar-te, mas ainda te vejo... Então não és, visão fatal, sensível Ao tato como à vista? Ou és só Uma adaga da mente, uma falsa criação, Oriunda do cérebro oprimido pela angústia? Ainda te vejo, numa forma tão palpável Quanto esta que ora empunho. Guias-me para aonde eu já ia, Pois de um tal instrumento me serviria... Meus olhos enganam os outros sentidos Ou bem valem por todos eles? Ainda te vejo, E na tua lâmina e em teu cabo, gotas de sangue, Que antes aí não estavam. Não há tal coisa! É a empresa sangrenta que te dá forma Aos meus olhos. Agora, em mais de meio-mundo, A natureza parece morta94 e sonhos tenebrosos Invadem o sono fechado95. A magia celebra Oferendas à pálida96 Hécate e o assassino macilento97 , Alertado pelo seu atalaia, o lobo, Cujo uivo é seu alerta, com passos furtivos, Como no rapto agiu Tarquínio98, em direção à vítima Move-se como um fantasma. Confiável e fixa terra
 Não ouça meus passos, que caminho seguem, temendo Que as próprias pedras delatem minha posição, E removam o horror presente nesta noite, Que agora se revela! Enquanto tramo, ele vive, E o calor da ação com gélidas palavras contive.99 [Toca um sino] Vou e está feito. O sino me convida. Não o ouça, Duncan, que é um dobre fúnebre, Que te intima ao céu ou ao inferno lúgubre.
 Olá! Quem está aí?
 Está feito. Não ouvistes um ruído?
  Quando?
  Enquanto descia?
  Escuta, quem dorme no segundo quarto?
 Que visão triste...
  Um ria enquanto dormia e alguém gritou: ‘Assassino!’, E assim despertaram um ao outro. Parei para ouvi-los, Mas eles fizeram suas preces e caíram De novo no sono.
  Um gritou: ‘Deus nos abençoe’, e o outro: ‘Amém’, Como me tivessem visto com estas mãos de carrasco. Ouvindo seu pavor, eu não poderia dizer ‘Amém’ Quando foi dito ‘Deus nos abençoe’.
  Mas por que não pude pronunciar ‘Amém’? Necessitava tanto de uma benção e o ‘Amém’ Ficou parado na garganta.
  Pensei ouvir uma voz a gritar: ‘Não durma mais! Macbeth matou o sono!’, o sono inocente, Sono que deslinda a tessitura das preocupações, Morte de cada dia vivido, banho das chagas da labuta, Bálsamo da alma dolente, prato principal da natureza, Alimento maior na festa da vida.
  Ainda gritava: ‘Não durma mais!’, por toda a casa, ‘Glamis matou o sono! E, mesmo sendo Cawdor, Não dormirá mais: Macbeth não dormirá mais.’
 Receio pensar no que fiz, Olhar para aquilo de novo, não quero!
 O que há comigo, que qualquer ruído me apavora? Que mãos são estas? Oh, arrancam-me os olhos! Poderá todo o grande oceano de Netuno lavar este sangue E limpar minhas mãos? Não, estas mãos poderiam Encarnar numerosos mares, Tornando o verde, rubro
  Melhor não me reconhecer, que ter consciência do meu ato.
 Bom dia a ambos.
 Ainda não.
 Eu o levarei até ele
  A tarefa que nos compraz, alivia a dor. Esta é a porta
  Parte, ele assim se decidiu.
 Foi uma noite tempestuosa.
 O quê aconteceu?
  Que está dizendo, a vida?
  Que está dizendo, a vida?
  Tivesse eu morrido uma hora antes deste crime, Teria vivido um tempo abençoado, mas a partir deste instante, Nada há de sério na existência humana, Tudo não passa de frivolidade,. Renome e graça estão mortos, O vinho da vida foi extraído e só a borra Restou na terra a jactar-se.
 O seu, e você não sabe. A nascente, a origem, a fonte de seu sangue Extinguiu-se, o próprio manancial secou.
  Oh, agora me arrependo de minha fúria, Que me fez matá-los!
 Alguém pode ser sábio e inconseqüente, tranqüilo e furioso, Leal e neutro, num mesmo momento? Ninguém! A expressão do meu amor violento Superou a razão que hesitava. Aqui jazia Duncan, Sua argêntea pele enlaçada pelo seu sangue dourado E seu olhar esgazeado parecia uma brecha natural
 Pela qual a ruína encontrara sua entrada, Ali os assassinos, Tingidos das cores do seu crime, suas adagas Acintosamente brocadas de sangue breu.Quem se refrearia, Tendo um coração para amar e nesse coração Coragem de fazer o que o amor manda?
 Vamos rápido nos vestir
  Irá cavalgar esta tarde?
 Gostaria de poder contar com sua opinião idônea, Que sempre é, ao mesmo tempo, séria e afortunada, No Conselho.de hoje: mas deixemos para amanhã. Vai cavalgar para longe?
  Não falte à nossa festa.




  Ouvimos que nossos primos,sanguinários abrigam-se Na Inglaterra e na Irlanda, sem confessar Seu cruel parricídio e afligindo seus ouvintes Com estranhas invenções, Desejo que seus cavalos sejam ágeis e de patas firmes, E os recomendo aos seus dorsos Mas disso, amanhã, Junto com as demais questões de Estado, Trataremos juntos. Aqui está seu cavalo, adeus, Até seu retorno à noite. Fleance vai com você?




 Adeus.
 Que cada homem seja o dono de seu tempo Até às sete horas. Para que os convidados Sejam melhor recebidos, nos manteremos Sozinhos até o banquete. Até lá, que Deus esteja com vocês.





  Traga-os à nossa presença.

 Ser rei é nada, Se não o for com firmeza. Nosso medo de Banquo Crava fundo e, em sua natureza nobre, Reina o que deve ser mais temido. Ele ousa muito, E a têmpera indomável de sua mente Possui um discernimento que guia seu valor Para agir com segurança. Não há ninguém exceto ele Cujo ser eu de fato tema. E sob ele Meu caráter é rebaixado, como é dito que Marco Antônio o foi por César;. Ele censurou as irmãs.Quando primeiro me chamaram pelo nome de rei E ordenou-lhes que a ele falassem. Então, como profetisas, Elas o saudaram como pai de uma linhagem de reis. Sobre minha cabeça elas colocaram uma coroa infrutífera E puseram um cetro estéril em meu punho, Para dali ser arrancado por mão de outra estirpe, Nenhum filho meu me sucedendo. Se assim é, Pela descendência de Banquo maculei minh’alma; Por eles, o bondoso Duncan assassinei,
 Pus rancor no cálice de minha paz Só por eles, minha jóia eterna,Dada ao inimigo comum do Homem; , Para fazê-los reis, as sementes.de Banquo reis. Antes disso, que venha o Destino à liça, E desafie-me ao limite! Quem está aí?
Bem, então, agora já refletiram sobre o que falei? Agora sabem que foi ele que no passado os manteve tão desafortunados, enquanto vocês pensavam que tinha sido devido ao nosso eu inocente. Isso esclareci a vocês em nossa última conversa. Está provado que foram ludibriados, como foram traídos; por quais meios, quem os forjou, e todas as demais coisas que fariam mesmo uma meia alma e um intelecto enlouquecido afirmar: ‘Banquo fez isso!’.
 Eu o fiz, e ainda mais me estendi, sobre aquilo que é o objeto deste nosso segundo encontro. Vocês acham que a paciência é tão predominante em sua natureza, que podem deixar isso continuar? São tão carolas,para rezar para esse bom homem e seus interesses, cuja mão pesada vergou-os até ao túmulo, reduzindo os seus à miséria para sempre?







  Sim, no catálogo154 vocês passam por homens, Como sabujos, galgos, vira-latas, cães de caça, pastores, Cães de colo, cães d’água e meio-lobos155 são todos chamados Pelo nome de cães. O inventário acurado Distingue o rápido, o lento, o sutil, O guardião, o caçador, todos De acordo com o dom que a natureza pródiga Ofertou-lhes, pelo qual receberão Uma adição particular na lista Que os descreve todos iguais. É o mesmo com os homens. Agora, se tiverem uma posição no inventário Da humanidade que não na sua pior parte, digam, E colocarei aquele encargo sobre seus peitos, Cuja execução elimina seu inimigo, Atando-os ao nosso coração e afeto. Enquanto vive, ele veste de doença nossa saúde, A qual, com sua morte, será perfeita.
 Que cada minuto mais de sua vida ameaça Minha força vital; e embora pudesse Com o poder aberto,varrê-lo de minha vista Alegando apenas minha vontade, não devo fazê-lo, Pois há certos amigos que são tanto dele como meus, Cujo afeto não posso perder: melhor lamentar a queda De quem eu mesmo derrubei. E aí está O porquê de recorrer à sua amável ajuda, Mascarando o feito da visão pública157 Por diversos e graves motivos.
  A sua coragem transparece. Dentro de uma hora no máximo, Eu lhes direi onde se postarem,Inteirando-os do instante exato, , O momento preciso, pois isso tem que ser feito hoje à noite, Algo distante do palácio, sempre tendo em conta Que não estou envolvido. E com ele, Para que não restem agravos nem falhas no trabalho, Fleance, seu filho, que está em sua companhia, - Cujo desaparecimento, é para mim tão relevante Como o de seu pai, - deve abraçar o destino Dessa hora escura. Tratem disso entre vocês, Que logo os procurarei.
  Eu os chamarei em seguida; esperem lá dentro.
 Pois agora, meu Senhor, por que fica sozinho Fazendo desses tristes delírios162 seus companheiros, Mastigando esses pensamentos que já deveriam ter findado Junto com aquele em que pensam163? Coisas que não tem remédio Deveriam estar fora de consideração; o que está feito, está feito.
 Ela se recobrará e voltará a ser ela mesma; enquanto isso nossa pobre malícia165 Continua ameaçada pelas mesmas presas. Mas antes a ordem das coisas166 dissolver-se, ambos os mundos167 acabarem-se, A comermos nossa refeição com medo e dormirmos Na aflição desses sonhos terríveis Que nos sacodem toda a noite. Melhor estar entre os mortos Que nós, para assegurar nossa paz, enviamos à paz168 , Que na tortura da mente mentir Num êxtase incansável. Duncan está em seu túmulo. Depois da febre caprichosa da vida, ele dorme bem; A traição já fez seu pior; nem aço, nem veneno, Inveja doméstica, armada estrangeira, nada Pode afetá-lo mais.
 E peço que assim também o faça. Derrame suas atenções Sobre Banquo, ofereça-lhe homenagens Tanto com os olhos como com a língua; inseguros no momento, Devemos lavar nossas honras nessas ondas lisonjeiras E fazer de nossas faces máscaras.de nossos corações, Ocultando o que são
 Oh, minha mente está cheia de escorpiões, querida esposa!
 : Já é um consolo, eles são vulneráveis. Então fique feliz: antes que o morcego alce vôo, Antes mesmo que a negra, Hécate convoque O besouro loução,com seu zumbido modorrento Para repicar o apelo bocejante da noite174, terá ocorrido Um ato de terrível memória.



  Seja inocente desse conhecimento, querida franguinha175 , Até que aplaudas o que foi feito. Vem, noite velada, Venda o olho aveludado do dia compassivo E com tua mão sangrenta e invisível Cancele e faça em pedaços aquele grande vínculo176 Que me deixa pálido. A luz desvanece177 E o corvo voa para o ninhal na floresta178; As coisas boas do dia começam a enlanguescer e a dormitar, Enquanto os agentes negros da noite179 caçam suas presas. Tu te assombras com minhas palavras, mas permaneças quieta: As coisas más começaram, fazendo-se fortes pelo próprio mal180 .

  Nos misturaremos aos companheiros, para sermos o anfitrião humilde; nossa anfitriã permanecerá no trono, mas no momento oportuno requisitaremos que nos dê as boas-vindas.
 Vede, eles te correspondem com o coração agradecido. Ambos os lados se equivalem; aqui sentarei no meio183 . Que a alegria seja irrestrita, em breve beberemos à larga E à mesa brindaremos

  Tu és o melhor dos corta-gargantas, Tão bom quanto quem fez o mesmo a Fleance; Mas se o fizeste, tua mestria é sem igual.



  Aí vem meu acesso187 de novo: de outra forma seria perfeito, Íntegro como o mármore, firme como a rocha, Tão difuso e onipresente como o ar que nos envolve. Mas agora estou cingido, calado, confinado188, atado a
 Agradeço por isso. Lá jaz a serpente adulta; o verme191 que fugiu Tem tal natureza que com o tempo gerará veneno, Mas não tem dentes no momento. Vai embora: amanhã Falaremos de novo.
  Sim, e de valor, que ousa encarar aquilo Que poderia assustar o diabo.
 Isso é a adaga desenhada no ar que você disse Que o levou a Duncan. Oh, esses impulsos e tiques199 , Disfarces200 do medo verdadeiro, poderiam bem caber Numa história para mulheres, junto à lareira no inverno, Autorizada pela vovó201. Envergonhe-se! Por que faz essas caretas? Quando tudo terminar
 Muito sangue tem corrido desde a Antigüidade, Até que a condição humana204 purgou-se pela lei comum. Sim, e desde então, cometeram-se assassinatos Terríveis demais para serem ouvidos. Foi-se o tempo Em que os homens morriam quando os miolos saltavam E era o fim. Mas agora eles levantam-se de novo Com vinte golpes mortais em suas cabeças205 E nos empurram de nossa cadeira. Isso é mais estranho
 De fato esqueci – Não façam caso de mim, meus bravos amigos. Tenho uma estranha enfermidade, que é nada Para aqueles que me conhecem. Venham, amor e saúde a todos! Já vou sentar-me. Dá-me vinho, enche o copo!
  Retroceda e saia de minha vista! Deixa a terra te esconder! Teus ossos não têm tutano208, teu sangue é frio; Não tens visão209 nesses olhos Fixos com os quais me fitas.
  O que um homem ousa, eu ouso! Aproxima-te como o selvagem urso russo, O rinoceronte armado ou o tigre hircano
 Tome qualquer forma menos essa e meus firmes nervos Nunca tremerão. Ou retorna à vida E desafia-me com tua espada num deserto: Se então eu abrigar temor211, proclame-me Boneca de menina212. Vai-te horrível sombra, Burla irreal, vai-te!




 Podem tais coisas existir, E nos encobrir como uma nuvem de verão, Sem que nos admiremos? Sinto-me um estranho À minha própria natureza213 , Quando penso que você pode suportar essas visões214 E ainda manter o rubi natural da face215 , Enquanto a minha empalidece pelo medo.
  Haverá sangue, dizem: sangue pede sangue217 . Soube-se de pedras moventes e árvores falantes218 . Augúrios e presságios219 têm revelado Através das pegas, corvos e gralhas 220 O mais oculto assassino221. A quantas está a noite2

 Ouvi de passagem que sim, mas reenviarei. Não há nenhuma dentre as casas deles223 Que eu não mantenha um espião224. Eu irei amanhã – Tão logo puder – encontrar as irmãs sinistras. Eles devem falar mais. Por enquanto estou decidido a saber Pelos piores meios, o pior225; pelo meu próprio bem, Todos os escrúpulos226 devem ceder. Estou de tal modo Afundado em sangue que não posso mais vadeá-lo227 , E retroceder seria tão penoso228 como prosseguir. As coisas estranhas que tenho na cabeça estão no limite da ação229



  Venha, vamos dormir. Minha estranha conduta231 Advém do medo do principiante carente de traquejo: Somos ainda aprendizes nesse ofício.









































































































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